segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A 25ª. vítima e a luz da lua iluminando sangue


No céu, começava a surgir a lua cheia, “lua de namorados” como se chamava em tempos mais românticos.

De mãos dadas, os adolescentes Josenil Jesus dos Anjos Filho e L.J.L, ambos de 17 anos, caminhavam por uma rua da periferia de Itabuna, no idílio da paixão recém-descoberta.

Josenil acabara de apresentar a namorada ao pai, o sindicalista Josenil de Jesus, e estava visivelmente feliz.

Mas, no meio do caminho entre o casalzinho de mãos dadas, sob uma lua de namorados, a poesia do momento deu lugar à violência de todos os momentos.

Josenil Filho foi atingido com quatro tiros e morreu na hora. L.J.L. foi atingida nas costas e nas pernas, mas está fora de perigoso. Sobreviveu.

Informações obtidas pela polícia revelam que o crime foi cometido por um sujeito conhecido como Ademir, ex-namorado da adolescente. A motivação, portanto, seria o ciúme.

Motivações a parte, o dado concreto e alarmante é que Josenil Jesus dos Anjos Filho é tornou a 25ª. vítima de assassinato em Itabuna neste início de 2011, o mais sangrento que se tem notícia na história recente do município.

25 homicídios!

Verdadeiro absurdo, que deveria provocar uma ampla mobilização da sociedade organizada mas que, quando muito, provoca uma indignação passageira.

A morte, brutal e injustificada, parece estar à espreita, em cada rua, cada esquina, cada praça dessa cidade em seus 100 anos de solidão e de abandono.

Mata-se por um telefone celular, por uma dívida de droga, por ciúmes.

Mata-se por qualquer motivo e mata-se sem motivo algum.


As pessoas parecem paralisadas diante do medo e impotentes diante do avanço assustador da criminalidade.

E essa sensação de impotência só favorece a bandidagem, nessa seqüência macabra de crimes rotineiros e assassinatos em série.

A lua que deveria iluminar casais enamorados agora reflete o sangue dos que tombam, inocentes, nessa guerra cotidiana.

Não há poesia, nem cidadão, que resista a tanta brutalidade.

Basta.

Definitivamente, basta de tanta violência.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Hotel 5 estrelas


Existe coisa mais impressionante do que propaganda de banco?

Não importa o banco, é tudo de uma plasticidade espetacular, gente bonita e sorridente, serviços que parecem de graça e tecnologia de ponta, como se a felicidade e a fortuna estivessem ao alcance de um toque de mão.

Dá até vontade de sair abrindo conta em tudo quanto é banco (não fosse o detalhe de que a maioria deles não faz a mínima questão, tamanha a quantidade de exigências) e sair adquirindo cartões de crédito a torto e a direito, verdadeiras chaves que abrem as portas dos bens de consumo (não fossem as taxas e os juros extorsivos quando você atrasa o pagamento).

Saindo da propaganda encantadora para o mundo real, aquelas maravilhas de conforto, praticidade, atendimento de excelência trombam com a realidade das filas monumentais, dos caixas eletrônicos que dão pane e de um atendimento mulambento, a menos que você seja dono de uma conta bancária com saldo de vários dígitos.

Bancos, como se sabe, não apenas tem o dinheiro como força motriz, mas são, literalmente, máquinas de fazer dinheiro.

Basta, conferir, nas páginas de economia, os lucros estratosféricos das instituições bancárias, independente de quem seja o governante de plantão. E, quando eventualmente enfrentam dificuldades, há sempre um Proer para salva-los e jogar a conta para o contribuinte, que nesse caso contribui compulsoriamente.

É Bolsa Banco, versão rica do Bolsa Família.

E o que acontece quando a pujança das montanhas de dinheiro, do lucro pelo lucro, do símbolo do capitalismo, cruza com a imagem com alguém que não é igualmente símbolo, mas um subproduto desse tipo de capitalismo?

Aquele instante em que a construção de ferro, cimento, vidro e segurança que simboliza um banco, tromba com a fragilidade, o desamparo e a desesperança de alguém a quem a exclusão social reduz à condição de não-cidadão.

É o que revela a imagem, captada na Ilhéus de Jorge Amado, o escritor imortal que tão bem sobre romancear a realidade de um mundo de poucos muito ricos e muitos muito pobres.

Uma moradora de rua, sem nome nem sobrenome, que perambula pelas ruas e dorme o sono dos justos e injustiçados na porta de um banco, do qual ela nunca, jamais e em tempo algum terá conta.

O pouco que se sabe dessa mulher sem nome e sem sobrenome é que tem problemas mentais, recentemente engravidou e deu a luz a um menino que possivelmente alguém pegou para criar.

Se é possível captar ironia onde só se observa desalento, as cinco estrelas do banco estrelado remetem às cinco estrelas, classificação máxima de hotéis estrelados.

Mas a mulher em questão é apenas hóspede da rua, sem conta em banco, sem cartão de crédito, sem Bolsa Família e muito menos lenço ou documento.

Ah, a resposta para a pergunta sobre o que acontece quando o símbolo da pujança tromba com o símbolo na exclusão social:

-Não acontece nada, absolutamente nada.

Os bancos continuarão lucrando. E os desesperançados continuarão sem esperança alguma.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Código canino de fidelidade



Candidato a campeão de bilheteria e de venda de lenços nos cinemas, tamanha a choradeira que provoca nas quase duas horas de duração, o filme “Sempre ao seu lado” conta a história, baseada em fatos reais, da amizade entre um professor universitário Parker Wilson, interpretado magistralmente por Richard Gere e seu cachorro da raça akita, Hachicko, que todos chamam carinhosamente de Hachi.

Hachi, encontrado numa estação de trem, é levado para a casa de Park, onde é recebido com má vontade pela esposa dele, Cate, numa interpretação serenamente contida de Joan Allen. O que seria uma estadia provisória, acaba se transformando numa relação profunda entre o professor e o cão. Todos os dias, Hachi acompanha Park até a estação, onde ele pega o trem para a universidade em que leciona música. Na volta, lá está Hachi a espera de Park.

Um dia, Park morre fulminado por um enfarto, Hachi é levado para a casa da filha do professor, mas foge. E pelos próximos dez anos, pontualmente, sob a lua da primavera ou a neve do inverno, Hachi se posta na entrada da estação, a espera de um Park que jamais voltará. Numa cena capaz de arrancar lágrimas de uma pedra, Park “ressurge” para levar Hachi a um passeio eterno.

Hachi virou estátua na estação de trem no Japão onde a história se passou, mas parece fantasia. E o que dizer, então de histórias reais que não viraram filme, mas são igualmente comoventes?

BEETHOVEN E A SINFONIA DA TRAGÉDIA

O monumental drama humano do Rio de Janeiro, com mais de 700 mortos confirmados, produziu um resgate quase milagroso. Com o que restou de sua casa sendo carregado pelas águas, a dona de casa Ilair Pereira de Souza, de 53 anos, foi salva da morte certa graças a uma corda jogada por vizinhos. No momento em que qualquer um lutaria pela própria vida, Ilair se preocupou em salvar o cachorro Beethoven. Agarrou-se o quanto pode ao animal para levá-lo com ela rumo à segurança de um sobrado ainda intacto, mas o cachorro, assustado, mordeu o braço da dona e foi tragado pela fúria das águas.

Ao ser resgatada, as primeiras palavras de Ilair, conhecida como Pelinha, não foram “estou salva”, mas “o cachorro, eu não consegui salvar o cachorro”. “Coitadinho, ele ficou me olhando com aquele olhinho triste e se foi naquela água. Não tinha o que fazer”, disse ela, aos prantos, como se tivesse perdido um filho querido. Beethoven faz parte da sinfonia da tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro.

TAURUS NÃO ATIRA, PROTEGE


Há cerca de seis meses, Beatrice dos Santos Reis está detida na cadeia pública da Delegacia de Canavieiras, no Sul da Bahia, acusada de tráfico de drogas. Beatriz seria mais uma entre tantas mulheres envolvidas com o mundo das drogas e do crime, um número a mais na gigantesca estatística do sistema carcerário, não fosse por um detalhe: quando foi para a cadeia, seu cão, um vira-latas de três anos de idade, conhecido como Taurus foi preso com ela. Voluntariamente. “O cachorro apareceu 15 dias depois que ela foi presa, a gente tentou colocá-lo para fora, mas ele sempre voltava. Até que acabou ficando”, explica o carcereiro Salvador Myller Carmo. “Taurus não sai do lado de Beatrice, está solto, mas é como se estivesse preso junto com ela”, diz Salvador. No seu código de fidelidade canina, o cão não está preso junto com a dona, mas preso à dona.

Taurus, apesar dos protestos iniciais dos policiais, mudou-se para a delegacia e passa seus dias ao lado da cela onde Beatriz está encarcerada. À noite, o cão rosna quando alguém se aproxima, para deixar claro que sua dona está protegida. Os policiais, comovidos com tanta dedicação, se cotizam para comprar a ração para Taurus, que pode ser fiel, mas não é louco, e muitas vezes recusa a comida destinada aos presos. Depois de receber afagos da dona, o cão dorme na porta da cela.

“O cachorro é a minha alegria aqui na cadeia, um verdadeiro amigo, que me dá carinho e me faz companhia nesse momento ruim da minha vida”, afirma Beatrice, que morava na Rua do Mangue, localidade extremamente carente da periferia de Canavieiras.

O médico veterinário Daniel Lessa Pimentel explica que, “pelas suas origens, quando conviviam em matilhas, sempre com uma liderança dominante, os cães transferem esse senso de hierarquia para seus donos”. “A afetividade é uma conseqüência desse processo, que eles desenvolvem naturalmente com as pessoas com quem convivem, estabelecendo laços duradouros”, diz Daniel.

Na alegria e na tristeza, na tragédia, na dor e na morte o melhor amigo do homem eleva à condição suprema o verdadeiro conceito do que é amizade. Para sempre.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

FUMARAM O BOLO...


Em Porto Seguro, o aniversário de uma jovem de 18 anos teve bebidas, doces, salgados e o tradicional "parabéns pra você". Teve mais: distribuição de cocaína e um inusitado bolo de chocolate com recheio de maconha e com folhas da ´canabis´ decorando a iguaria.

A polícia foi acionada, mas chegou um pouco tarde: os convivas já haviam fumado o bolo...

Que droga!!!


É a droga, quase sempre a droga, quem está por trás da violência em Itabuna.

Enquanto a polícia não se estrutura para o combate efetivo e sem tréguas ao tráfico, a venda de drogas é feita quase às claras, como se os traficantes se tornassem invisíveis para os policiais.

É a droga quem está por trás dos assaltos diários no centro e na periferia da cidade, onde viciados travestidos de marginais se apoderam de telefones celulares, relógios e outros objetos para trocar por maconha, crack, cocaína.


Roubam -e roubam diariamente- para sustentar o vicio insaciável.

O problema não está no viciado, mas no traficante. É ele quem deve ser combatido, atacado, eliminado.

O viciado precisa de apoio, tratamento, diálogo.

Caso a polícia queira mesmo reduzir os índices de violência na cidade, deve atacar com firmeza o comércio de drogas, ainda que tenha que combater também a relação promíscua entre alguns policiais-bandidos e os traficantes.

Não se trata de uma tarefa fácil. O consumo de drogas se dá em todas as classes sociais, do paupérrimo morador de um barraco nas bordas da periferia ao habitante de uma mansão de luxo num bairro nobre da cidade.

Na ânsia de comprar drogas, filhos chegam a roubar e agredir os pais.

Neste sangrento início de 2011, a droga foi a motivação da esmagadora maioria dos mais de vinte assassinatos registrados em Itabuna.

Perdeu-se a noção do valor da vida. Alguém que se recuse a entregar o telefone celular pode ser morto de maneira banal. A droga fala mais alto.

Essa não á uma tarefa que cabe apenas à polícia, mas é um processo que envolve não apenas segurança, mas acesso à educação e os demais serviços básicos.

Trata-se de um problema social.

Um gravíssimo problema social que, definitivamente, precisa ser encarado de frente.


PACTO PELA VIDA

O governador Jaques Wagner está propondo um Pacto pela Vida. Iniciativa mais do que necessária, que passa pela mobilização governamental e pela a participação de toda a sociedade organizada.

Não podemos mais ficar de braços cruzados, sob pena de tornarmos irremediavelmente reféns da bandidagem escudada no tráfico de drogas.

É uma batalha árdua, mas que a união de esforços tornará vitoriosa.

O Pacto pela Vida é o Pacto pela Cidadania, por uma Bahia sem tanta violência e, em plenitude, de todos nós.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

NEGÓCIO DA CHINA


Confirmado oficialmente no cargo pelo governador Jaques Wagner, o secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, está em visita oficial à China.

Salles busca investimentos para o Estado e negocia a comercialização de produtos agropecuários baianos no mercado chinês.

Na viagem, o secretário sacramentou a venda do chocolate produzido na recém-inaugurada fábrica de chocolates finos da agricultura familiar, em Ibicaraí.

Um verdadeiro negócio da China.

Nem Robin Hood agüenta mais


Durante muito tempo, os campeonatos regionais alimentaram rivalidades históricas entre os grandes times, além de possibilitar a revelação de talentos surgidos nas pequenas equipes do interior.

No quesito rivalidade, podemos citar o BA-VI na Bahia, o Gre-Nal no Rio Grande do Sul, o Atle-tiba no Paraná, Remo x Paissandu no Pará, Atlético x Cruzeiro em MG, além da profusão de clássicos no Rio e em São Paulo, do tipo Fla-Flu, Vasco x Flamengo, Botafogo x Vasco, Santos x São Paulo, Corinthians x Palmeiras, etc.

Os pequenos times revelavam craques aos borbotões, que ao final dos estaduais eram contratados pelos chamados grandes. Os campeonatos estaduais, então, encantavam torcedores Brasil afora.

Nas últimas duas décadas, as rivalidades regionais foram transferidas para o Campeonato Brasileiro, onde os grandes times se encontram com freqüência. No mesmo período, os pequenos times do interior se apequenaram ainda mais. Os estaduais foram perdendo a graça.

No Rio de Janeiro, salvo uma ou outra surpresa, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo batem sem dó nem piedade em times marca bufa. Em São Paulo, onde os pequenos vez por outra surpreendem, os quatro grandes disputam o campeonato sem nenhum tipo de motivação. Nos demais estados, a disputa do titulo se limita aos dois ou três times de sempre.

Para justificar campeonatos estaduais meia-boca, optou-se por uma espécie de Robin Hood da bola, com a alegação de que esses torneios são a única chance para que cidades do interior possam assistir aos grandes times. Por essa ótica, meia torta, até que faria sentido.

Não faz. Mesmo quando os grandes enfrentam os pequenos, o público e irrisório. No ultimo final de semana, o Palmeiras enfrentou o Grêmio, em Presidente Prudente, diante de 6 mil torcedores, num estádio onde cabem 45 mil pessoas. Em Macaé 3 mil gatos pingados viram o Botafogo tascar 5x0 na Cabofriense.

Públicos mixurucas se repetem do Oiapoque ao Chuí, sinal inequívoco de que os estaduais perderam a razão de ser. O futebol deixou de ser a única opção de lazer nas pequenas e médias cidades e mesmo para que gosta do ludopédio, a tevê oferece uma gama de jogos no Brasil e no Exterior.

Se é para não matar os times pequenos, que se promovam campeonatos regionais, tipo Nordestão, Sul-Minas, Centro Oeste-Norte, com os grandes entrando nas fases decisivas.

Aos pequenos, esses torneios valeriam ainda como acesso à Copa do Brasil.

A fórmula atual é que não dá mais. Está morrendo de velha.

E quase ninguém vê.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

EXPLORATION...


Os companheiros do Pimenta na Muqueca denunciam os preços abusivos cobrados nas barracas de praia em Itacarézinho.

18 reais uma batata frita, 65 reais uma isca de filé.

Esses assaltos a mão armada acontecem, em maior ou menor intensidade, em praticamente todas as praias do litoral sul da Bahia, onde as pessoas confundem explorar o turismo como explorar o turista.

Sem contar que o preço é alto e o atendimento é um horror.

E tome facada na hora de pagar a conta...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Quem bate? Não é o frio. Nem o lobo mau


Quem tem mais de quarenta anos de idade deve se lembrar, mergulhando nos recônditos da memória, de um comercial em desenho animado, ainda na televisão em preto e branco, que começava com batidas na porta de uma casa.

-Quem bate?, pergunta a dona da casa.

-É o frio!, responde o vozeirão ameaçador.

Entra uma música instrumental suave e a mulher diz, cantarolando:

-Não adianta bater, que eu não deixo você entrar, as Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar.

Dito isto, cobre o filhinho com um cobertor Parahyba (com todos os agás e ipsilones, para deixá-lo mais aquecido), naquele que é um lar borbulhando de amor, de harmonia.

E de segurança.

Hoje, qualquer criança com um mínimo de noção do que é a vida (a cada dia as crianças ´adolescem´ mais cedo), sabe que uma batida na porta pode significar nem o frio e nem o lobo mau.

Talvez um lobo mau sim, mas não o dos contos infantis, feito de bobo pelos três porquinhos, e sim o homem mau com o instinto sanguinário de um lobo feroz.

Eunápolis, Sul da Bahia, noite chuvosa de 17 de janeiro de 2011.

Uma casa simples na periferia da cidade.

Batem na porta. Uma, duas, três vezes.

Não era um vizinho pedindo um favor ou um parente distante que chegava para uma visita sem avisar.

A porta foi aberta e eles entraram, ameaçadores.

Eram os lobos. Três lobos/homens encapuzados.

Vorazes e letais.

Na casa, estavam Sirleia de Souza Santos, 38 anos, suas filhas Rosiane Souza Santos, 21 anos, Valdiele Santos Reis, 16 anos, e três crianças de 5, 4 e 3 anos; além do marido de Sirleia, Josevaldo Andrade Souza, conhecido com Solteiro.

Era ele o alvo dos três homens. Ao perceberem que escapou, atacaram as três mulheres.

Sirleia, Rosiane e Valdiele foram mortas com facadas certeiras no pescoço, sangue e vidas se esvaindo diante das crianças.

À brutalidade indescritível, soma-se à banalidade da vida (ou da morte).

Sirleia, Rosiane e Valdiele foram assassinadas por causa de uma dívida de 105 reais que Solteiro, usuário de crack, tinha com os traficantes.

105 reais! Na frieza da matemática, a vida de cada uma das três desafortunadas mulheres valeu 35 reais.

No código de (des)honra do tráfico, a vida vale umas poucas pedras de crack. Não vale coisa alguma.

-0-

Quando a polícia chegou ao local do crime, encontrou três corpos sem vida espalhados pela sala da casa e três crianças em estado de choque, como se tivessem acabado de presenciar a aparição de monstros imaginários, mas que haviam presenciado a aparição de monstros reais.

A televisão, colorida, estava ligada.

As Casas Pernambucanas faliram, os cobertores Parahyba (som seus agás e ipsilones) sumiram das lojas.

Junto com eles, parece ter desaparecido também o sentido de lar seguro.

A vida em cores nos empurra cada vez mais para as tragédias em preto e branco, manchadas com o vermelho de sangue.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Boa pra cachorro





A revista Contudo que chega às bancas neste sábado tem muita política, cultura e variedade.

E tem também uma matéria sobre fidelidade canina, com histórias pra emocionar.

Sou suspeito pra falar, mas a matéria tá boa pra cachorro. A revista também.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

“OSCALIPTO”


Sem muito alarde, o cultivo de eucalipto vai atravessando o Rio Pardo, que parecia ser o limite natural da árvore que alimenta a indústria de papel e celulose.

Já é possível observar áreas de plantio de eucaliptos em Camacan, Arataca e São José da Vitória. Pequenas áreas é bem verdade, mas um sinal de que se rasga uma nova fronteira no Sul da Bahia.

Sem entrar na paranóia e na baboseira apocalíptica de alguns ambientalistas, faça-se o alerta: se o eucalipto se entranhar na Região Cacaueira, vai fazer aquilo que nem a vassoura-de-bruxa conseguiu: devastar a Mata Atlântica.

Abutres


Em meio à imensa manifestação de solidariedade às vítimas da tragédia que se abateu sobre as cidades da serra fluminense, existem aqueles que desviam donativos e comerciantes que aumentam preços de produtos de primeiríssima necessidade nas áreas afetadas, como água mineral, gás de cozinha, velas, etc.

Verdadeiros canalhas insensíveis, que merecem punição exemplar, para aprenderem a respeitar a dor e o sofrimento dos quais eles um dia podem ser vítimas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A sua mulher deixa?


É praticamente impossível freqüentar um bar em Itabuna ou uma barraca de praia em Ilhéus para relaxar e conversar com os amigos em torno de uma cerveja gelada (sim, existe gente que conversa!), sem ter o seu lazer atrapalhado pela barulheira infernal.

Quando não é o próprio bar que exibe um volume de som que impede qualquer conversa amena, são donos de veículos, que mais parecem trios elétricos que param na rua para despejar toneladas de som, invariavelmente com aquelas músicas que qualquer celerado conseguiria produzir.

É um misto de exibicionismo e falta de bom senso. A pessoa não se importa (cadê cérebro para processar isso?) em estar incomodando. O importante é exibir seu brinquedinho, chamar a atenção.

De uns tempos para cá, alguns mais necessitados de aparecer, colocam caixas de som na carroceria de caminhonetes e chegam a instalar uma espécie de reboque, onde colocam enormes de caixas de som.

Em Itabuna, bairros com grande concentração de bares como Santo Antonio, São Caetano, Conceição, Califórnia e Pontalzinho convivem com essa praga.

E haja ouvido para suportar tanto barulho, tanto lixo travestido de música.

O problema não atinge apenas quem freqüenta bar.

Essa praga se espalhou de tal maneira que nem dentro de casa se tem sossego.

Ver televisão, ler um bom livro ou desfrutar de momentos de tranqüilidade ao lado da família torna-se missão impossível quando um engraçadinho resolve parar na calçada, colocar o som na estratosférica e se exibir para a namorada ou algo do tipo.

Caso alguém considere detenção um exagero (e é mesmo!), um belo castigo seria pegar um sujeito desses, trancar numa sala e obriga-lo a ouvir música clássica, MPB de qualidade, um sertanejo legítimo e até mesmo um axé ou forró, desde que num volume aceitável.

Até num caso desses, educar é melhor do que punir.

UMAS DEIXAM, OUTRAS NÃO

Ainda no quesito “música” (é entre aspas mesmo): um grupo lançou uma canção que tem como refrão ´vou não, posso não, minha mulher não deixa não´.

Como era de se esperar, a baboseira virou sucesso.

Daí que um outro grupo, posto que criatividade não é o forte nessa seara, lançou uma canção que tem como refrão algo como ´minha mulher deixa sim´.

Enfim, a uma idiotice se contrapõe outra idiotice.

E, se não botam a mãe, agora botam a mulher no meio.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Uma missão, um desafio


O número é assustador, absurdo, terrível: nestes primeiros dezoito dias de 2011, vinte e uma pessoas foram assassinadas em Itabuna. A média é mais de um homicídio por dia, o que coloca a cidade entre as mais violentas do país.

Posto que Itabuna é regra e não exceção, nada mais natural portanto que ao anunciar o novo secretariado, que inclui vários nomes do primeiro mandato, o governador Jaques Wagner decidisse promover a mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública.

Se vale a regra de que em time que está ganhando não se mexe, em time que está perdendo é preciso mexer.

E a despeito dos vultosos investimentos feitos na área de segurança pública pelo Governo da Bahia, incluindo a ampliação do efetivo policial, a aquisição de viaturas e equipamentos e a modernização da estrutura, a SSP estava perdendo a guerra para o crime.

Sai César Nunes e entra Maurício Barbosa. O novo titular da Segurança Pública na Bahia é delegado de Policia Federal, com experiência no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas.

Maurício Barbosa assume com uma missão e um desafio.

A missão de reduzir os elevados índices de violência na Bahia, o que demanda novos investimentos em pessoal e estrutura e um eficiente serviço de inteligência, dando aos cidadãos de bem da Bahia a possibilidade de levar uma vida sem tantos sobressaltos, posto que hoje ninguém está seguro, seja em casa, seja na rua.

E o desafio de fazer com que esses investimentos que já estão sendo feitos e que necessitam ser ampliados resultem numa polícia coesa, imune à corrupção e focada no combate à criminalidade, em que haja uma linha bem definida que separa o policial do bandido.

Um trabalho que passa, necessariamente, por uma luta sem tréguas contra o tráfico de drogas, responsável direto e indireto pela esmagadora maioria dos assassinatos.

Em Itabuna, por exemplo, das duas dezenas de mortes deste sangrento início de 2001, pelo pelos 16 estão associadas ao tráfico e/ou consumo de drogas, o onipresente crack reinando soberano.

Desejar boa sorte ao novo secretário de Segurança Pública é retórica inútil e desnecessária.

O que ele, e todo o efetivo do setor de segurança pública da Bahia e demais integrantes do governo precisam (porque a violência não é apenas uma questão de segurança) é de trabalho, muito trabalho.

Essa é uma guerra a ser travada -e vencida- a cada dia.

A FACHADA DO CALOTE


A pousada- restaurante pode ter nome de Paraíso, mas a vida de um comerciante de Itapebi, no Sul da Bahia, se tornou um verdadeiro inferno.

Cansado de esperar pelo pagamento de serviços prestados à Prefeitura e à Câmara Municipal, o comerciante resolveu tornar público o calote.

E bota público nisso: ele colocou duas enormes placas na fachada da pousada, cobrando a dívida.

Não se sabe se o prefeito e o presidente da Câmara passaram pelo local para ver, in loco, a inusitada ´homenagem´.

Mas, pelo jeito, o calote vai continuar, agora na base do “devo não nego, não pago nem quando eu puder”.

Começou bem, mas começou mal



O Colo Colo começou bem o Campeonato Baiano de 2011, vencendo o Vitória em pleno Barradão por 1x0. Ótima estréia para um time que, em 2010, só se salvou da degola na última rodada e nem de longe lembra o esquadrão que foi campeão estadual em 2005.

O triunfo do time ilheense é significativo, mesmo diante de um adversário ainda baleado por conta do rebaixamento para a 2ª. Divisão do Campeonato Brasileiro, agravado pelo fato de que seu principal rival, o Bahia, subiu para a 1ª. Divisão.

Ganhar do Vitória na casa do adversário é uma daquelas largadas que servem para motivar o time, dar moral ao grupo e proporcionar uma arrancada que torne 2011 menos sofrido para os torcedores e permita, ao menos chegar à fase decisiva do Baianão.

Domingo de festa em Ilhéus, portanto.

Nem tanto, nem tanto.

O Colo Colo começou mal o Campeonato Baiano de 2011.

Explica-se: logo após o triunfo sobre o Vitória, em meio ao que deveria ser um vestiário transpirando a alegria do elenco, o treinador Quintino Barbosa pediu demissão e deixou o cargo.

Treinador pedir o boné ou ser defenestrado após uma série de maus resultados ou de uma derrota acachapante é natural, nesse que é um dos empregos mais inseguros que se conhece.

Mas o treinador sair -e ainda por cima sair por conta própria- após vencer o atual tetracampeão baiano é novidade.

Barbosa, pelo tom de mágoa que ficou claro nas entrevistas após o jogo deve ter lá seus motivos. Entre outras coisas, alegou falta de apoio da diretoria e uma notória má vontade em relação ao seu trabalho.

“Não estou feliz aqui”, sentenciou o treinador.

Foi tentar ser feliz em outro time, deixando para o eterno presidente do Colo Colo, José Maria de Almeida, a missão de arrumar outro técnico. E também a missão de juntar os cacos de um time que terá que assimilar um novo comando com o campeonato em andamento e como jogos difíceis pela frente.

Se serve como alerta, em 2010 o Itabuna estreou no Campeonato Baiano ganhando do Bahia. Parecia o caminho aberto para o paraíso.

Convém à direção do Colo lembrar o final desse filme que o torcedor itabunense gostaria de não ter assistido.

E que o torcedor ilheense não faz nenhuma questão de assistir.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os verdadeiros frutos de ouro


Durante o século XX, o Sul da Bahia conviveu, numa espécie de montanha-russa, com as delícias e as agruras da monocultura.

Como em nenhuma outra parte do planeta, o cacau encontrou aqui o solo fértil para brotar com uma qualidade inigualável, gerando muita riqueza e relativo desenvolvimento.

Apesar das crises cíclicas, duas delas terríveis, que originaram a criação do Instituto de Cacau da Bahia e depois da Ceplac, ambos destinadas a promover a recuperação de uma lavoura momentaneamente em frangalhos, o cacau foi suficiente não apenas para manter o Sul da Bahia com a mais próspera região do estado como, com o ICMS, alavancar o desenvolvimento da região metropolitana de Salvador.

Parecia que, superados os momentos de crise, o cacau seria uma cultura eternamente generosa, que de tão lucrativa, dispensava projetos de diversificação. Afinal, para que investir em outros cultivos quando se tinha às mãos um produto de elevado valor de mercado, que dava duas safras por ano?

O que parecia eterno e infinito trombou com a realidade no final da década de 80 e no início da década de 90 do século passado, quando a vassoura de bruxa tornou sem sentido a expressão ´eterno e infinito´.

Porque se a lavoura do cacau não chegou ao seu final, ela atingiu um estágio em que, mesmo recuperada, sozinha não terá condições de manter a economia regional.

O impacto da crise gerada pela vassoura-de-bruxa só não foi mais devastador porque surgiram alternativas como o turismo e o pólo de informática em Ilhéus e o comércio, prestação de serviços e os pólos de saúde e de ensino superior em Itabuna.

Esses empreendimentos são importantes, mas insuficientes para proporcionar ao Sul da Bahia a sonhada retomada do desenvolvimento, oferecendo oportunidades para toda a população.

É nesse contexto, que na virada da primeira década deste século XXI, nos deparamos com uma possibilidade concreta de avançar, agora através de um processo de desenvolvimento menos sujeito a crises devastadoras.

Trata-se da implantação do Complexo Intermodal, uma das maiores obras de infra-estrutura do país, que compreende a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, o Porto Sul e o novo aeroporto de Ilhéus. Somam-se ao Intermodal a implantação de uma Zona de Processamento de Exportações e da ampliação da distribuição de gás natural no Sul da Bahia, a partir da já instalada base de distribuição do Gasoduto da Petrobrás em Itabuna.

São empreendimentos capazes de atrair indústrias, que geram empregos e impulsionam ainda mais o comércio, o lazer e a prestação de serviços, além da educação superior para formação de mão de obra qualificada.

Longe de ser uma promessa, o Complexo Intermodal está se tornando realidade, com o início das obras da Ferrovia Oeste Leste e a expectativa de que o Porto Sul siga o mesmo caminho ainda neste primeiro semestre.

Estamos, portanto, diante um daqueles momentos que significam a virada de uma página da história.

O que será escrito nos próximos anos, e que vai definir o futuro da região, depende de capacidade de articulação, espírito empreendedor e trabalho.

As bases estão definitivamente lançadas.

domingo, 16 de janeiro de 2011

TIGRE ENGOLE O LEÃO


Com um gol solitário de Alex, O Colo Colo surpreendeu o Vitória em pleno Barradão e ganhou por 1x0, largando bem no Baianão 2010.

O Colo Colo, que em 2009 escapou da degola na última rodada, mostrou que esse ano pode ser diferente.

Em Conquista, o Serrano voltou à Primeirona em grande estilo e venceu o Bahia por 2x1.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PRÉ-SAL E PRESSÃO



Absolutamente verdadeiro: as chances de José Sérgio Gabrielli deixar a presidência da Petrobrás, nesse momento, são as mesmas de Ronaldinho Gaúcho romper o contrato com o Flamengo e vir jogar no Itabuna.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

IDÉIA DE JERICO


Quando a gente critica aqui os excessos de algumas ONGs parece má vontade, mas essa coisa do politicamente correto está beirando a imbecilidade.

E não é que uma ONG de Salvador, chamada Terra Verde Viva, Célula Mãe e Animal Viva conseguiu um liminar na justiça, proibindo a participação de jegues na lavagem do Bonfim, a mais tradicional festa religiosa da Bahia.

O jegue, todo enfeitado, é parte da tradição da festa do Bonfim, mas a presidente da ONG cismou que os animais são vítimas de uma verdadeira crueldade, submetidos a estresse e maus tratos. E a Justiça barrou os jeguinhos.

Com todo o respeito (aos jegues, bem entendido!) eis aí o que se pode chamar idéia de jerico.

Assim na terra como no céu


É lamentável sob todos os aspectos a tragédia que se abateu sobre o Sudeste do Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, com milhares de desabrigados, centenas de mortos e prejuízos incalculáveis, provocados pelas chuvas deste início de ano.

As imagens de cidades inteiras sob as águas, pessoas chorando a perda daquilo que conseguiram com tanto sacrifício e corpos sendo retirados dos deslizamentos de terra, chocam e assustam, pela dimensão dos impactos da chuva.

É mais lamentável ainda na medida em que se trata de uma tragédia prevista, anunciada, que se agrava ano a ano.

É a repetição das mesmas imagens, quase sempre nos mesmos lugares e, à exceção dos mortos, das mesmas vítimas, pessoas que por absoluta de opção constroem suas casas em áreas de risco, como morros, várzeas e margens de rios e córregos.

E que, entra verão, sai verão, quando a chuva chega tem que orar para os céus para que ela não tenha poder de destruição.

Quando as chuvas caem com a força de um dilúvio, as conseqüência são por demais conhecidas e estão aí, de novo, provocando dor em quem sofre com a fúria das água e consternação em todo o país. Afinal, são os nossos irmãos que perdem tudo, quando não perdem a própria vida.

Por mais que não se possa lutar contra as forças da natureza é imperioso ressaltar que muito do efeito da chuva poderia ser evitado, primeiro se houvesse planejamento, evitando ocupações desordenadas, e, quando elas já ocorreram e não tem mais como reverter, investir em obras que minimizem os impactos das chuvas torrenciais.

O que não se pode é, diante do tamanho da tragédia e das inevitáveis cobranças, governadores e prefeitos colocarem a culpa na natureza, alegando, por exemplo, que choveu em dois dias o que era previsto para chover em um mês.

A natureza é sim, imprevisível, embora de certa maneira venha respondendo às inúmeras agressões que vem sofrendo ao longo das últimas décadas.

Mas na situação de degradação em que se encontram as grandes metrópoles e as cidades médias do Brasil, a dúvida é saber o tamanho da catástrofe provocada pelas chuvas, a escala de mortos e de desabrigados.

A culpa não está no que vem do céu, mas no que é feito aqui no chão.

Ou, no caso da prevenção, o que não é feito.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

R10 FAZ PONTO NO MENGO


Ponto 1- Depois de fracassar no Milan, Ronaldinho Gaúcho estava sem mercado nos grandes clubes europeus. A única proposta pra valer que recebeu foi de um timeco inglês chamado Blackburn Rovers (quem?).

Ponto 2- Ronaldinho Gaúcho poderia ter ido para o futebol árabe, mas lá a grana é boa e a noite nem tanto. Chance zero, portanto. Ou para os EUA, mas o soccer é circo demais até para o seu gosto pelo espetáculo.

Ponto 3- Restou o futebol brasileiro. Flamengo, Grêmio e Palmeiras se engalfinharam por sua contratação. Durante o leilão, deu tempo para Ronaldinho refletir. No Sul o futebol é duro, pegado; em São Paulo, competitivo, com equipes pequenas que não amaciam. No Rio, é aquela festa.

Ponto 4- Jogando contra madureiras, olarias, friburguenses e outros times marca bufa, Ronaldinho Gaúcho será rei no Campeonato Carioca e vai contar com o apoio de uma imprensa que, diferente do RS e SP, pega leve com os craques.

Ponto 5- Seu xará Ronaldo foi contratado pelo Corinthians apenas como jogada de marketing e deu ao Timão um Campeonato Paulista e uma Copa do Brasil. No futebol brasileiro atual, basta que resgate um pouco daquela classe que exibiu no Barcelona para fazer a diferença. E depois correr pra galera, ou pra mundialmente famosa noite carioca.

Ponto 6- A torcida do Flamengo tem mesmo é que comemorar a contratação de Ronaldinho Gaúcho. Vai ser bom enquanto durar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

TIO DANI RECOMENDA

Esse é um daqueles filmes que dá pra qualificar como IMPERDÍVEL

"Sempre ao seu lado", com Richard Gere, conta a história da comovente lealdade
de um cachorro por seu dono, uma daquelas coisas cada vez mais raras nos seres dito humanos.

Assista e prepare-se para chorar, mesmo que você tenha pedra no lugar de coração.



PS- Como Itabuna não tem cinema, olhe para os lados pra ver se não tem fiscal por perto(quase nunca tem) e compre no seu camelô preferido.

Jaca, caranguejo e mosquito


Nos tempos de antanho a rivalidade entre Itabuna e Ilhéus tinha como ponto forte o futebol, além de outros tipos de disputa, como o fato de que se uma cidade tinha aeroporto a outra também deveria ter e a constatação de que, para evitar ciumeiras, instituições como a Ceplac e a Uesc foram estrategicamente implantadas entre os dois municípios.

Hoje o futebol praticado por essas plagas não é nem uma pálida sombra do passado. O Colo Colo luta para se manter na 1ª. Divisão e o Itabuna nem isso, mergulhado que está no pântano da 2ª. Divisão. A situação chegou a um ponto em que o Itabuna cedeu o seu nome e sua camisa para que um time mulambento dos confins do Maranhão disputasse a Copa São Paulo de Futebol Junior.

A crise na lavoura cacaueira, que afetou diretamente as duas cidades, jogou eventuais rivalidades para a categoria lenda e reforçou a necessidade de que eles interajam, dentro das potencialidades econômicas de cada uma.

Ilhéus com o turismo, o pólo de informática e brevemente os negócios alavancados pelo Porto Sul e pela Ferrovia Oeste Leste. Itabuna com o comercia, a prestação de serviços e lazer e o pólo educacional.

Há em curso, entretanto, uma disputa inglória.

Ilhéus e Itabuna estão disputando um hipotético campeonato brasileiro de incidência de dengue. No quesito infestação, ambas estão entre os 20 municípios brasileiros com os índices mais elevados. Itabuna, por sinal, ostenta o vergonhoso título de tri-campeã nacional de casos de dengue, em 2008, 2009 e 2010. A julgar pelos dados do Ministério da Saúde, o aedes aegypt ameaça garantir o tetra, ainda que à custa de milhares de doentes e o risco de mortes que passam das dezenas.

A falta de prevenção, tanto por parte da população quanto das autoridades, é visível em Ilhéus e Itabuna e a chegada do verão só agrava o problema.

Quando a epidemia estoura, correm-se atrás de medidas paliativas e gastam-se fortunas com o tratamento, quando o mais lógico (e o mais barato) seria investir em ações preventivas, ao longo de todo o ano e não apenas no verão.

Não seria a hora de ressuscitar a velha rivalidade, no sentido de saber qual a cidade mais competente no combate à dengue?

Dessa vez, a disputa não seria pelo título, mas para ficar bem longe dessa taça simbólica e ao mesmo tempo vergonhosa.

Mandemos, pois, para bem longe, a Taça Mosquito da Dengue!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

EL MEJOR


Lionel Messi acaba de ser agraciado com o prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA.

Prêmio mais do que justo ao argentino que faz do Barcelona um time de sonhos.

É forçoso admitir que não temos hoje no futebol brasileiro um único jogador que chegue perto do talento de Messi.

Neymar e Ganso ainda são promessas, Ronaldo é cada vez mais só um fenômeno de marketing e Ronaldinho Gaúcho vai gastar seus derradeiros truques no Flamengo.

Ta bom, Marta ganhou o prêmio de melhor jogadora do mundo. Mas o futebol feminino aqui é tão popular quanto bolinha de gude.

VAI JORRAR PETRÓLEO NAS TORNEIRAS?


DEU NO PIMENTA NA MUQUECA

“A Emasa descobriu um furo em sua adutora ligada à captação de Ferradas e suspendeu o bombeamento de água na zona oeste de Itabuna. O problema, no entanto, atinge toda a cidade, principalmente as áreas mais elevadas. Segundo o presidente da Emasa, Alfredo Melo, a perfuração na adutora ocorreu durante a instalação do gasoduto da Petrobras. No local, além da tubulação de gás natural, há também o poliduto por onde passam outros combustíveis”.

Peraí: a inauguração do gasoduto foi há mais de seis meses.
Meio ano para descobrir um furo na adutora!

Se ainda jorrasse petróleo nas torneiras...

IMPEACHMENT JÁ !!!


Saiu com destaque na Folha de São Paulo:

Em sua primeira semana na presidência Dilma tira o crucifixo da parede de seu gabinete, a Bíblia da mesa e, na posse, ainda usou um vestido feito por uma costureira desconhecida, num desprestígio da alta-costura brasileira.

Ah, tem ainda os passaportes diplomáticos e as férias da família de Lula numa base militar.

É caso para CPI, com direito a impeachment de Dilma e prisão perpétua de Lula.

Com uma imprensa e uma oposição dessas, nem precisa esforço pra se perpetuar no poder.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PELOTÃO DE FUZILAMENTO


Não chegamos aos primeiros dez dias de janeiro deste novo ano, desta nova década, e os números são assustadores: nove pessoas assassinadas apenas em Itabuna.

Entre as vítimas, duas jovens que se prostituíam para manter o vício no crack e que provavelmente não honraram as dívidas com traficantes, uma dona de casa que pagou com a vida pelo vício do marido em maconha e foi baleada com vários tiros, e um adolescente assassinado na porta de casa, numa das muitas rixas entre gangues que não raro atingem pessoas inocentes.

Sob qualquer ótica, é uma violência absurda, com média superior a um assassinato por dia, numa cidade que em 2010 já sofreu demais com a criminalidade.

A maior parte dessas mortes em série esta diretamente associada ao tráfico e ao consumo de drogas, o crack exponencialmente.

Sabe-se, portanto, a raiz do problema e é preciso combatê-lo, seja com a ampliação do policiamento, seja com programas de recuperação de viciados, seja com ações que impeçam que crianças e adolescentes mergulhem no mundo das drogas.

Não é possível se falar em redução de violência sem que haja um foco especial na questão do crack, essa praga que corrói por dentro a sociedade brasileira e empurra milhões de pessoas para o precipício.

Que esse início sangrento de 2011 não seja o prenuncio de um ano sangrento, porque não é possível conviver/sobreviver com uma violência desse nível.

SOLIDARIEDADE, A MELHOR PROPAGANDA


Solidariedade rima com criatividade. Por este motivo, diretores e colaboradores da agência de publicidade M21, de Ilhéus, elaboraram um calendário de ações sociais que serão desenvolvidas no Sul da Bahia durante todo o ano de 2011.

O que era sonho começou a virar realidade no último Natal, quando 40 crianças carentes, atendidas pela Associação Centro Educacional de Ação Integrada, ganharam uma festa com distribuição de doces, brinquedos, livros e roupas. A associação é localizada no bairro Nossa Senhora da Vitória, um dos mais carentes de Ilhéus.

“Entre as idéias que fervilham o ambiente criativo da M21, surgiu a vontade de fazer o Natal de algumas crianças um pouco mais feliz e o resultado foi emocionante”, comemora o diretor da M21, publicitário Marco Lessa.

Saúde é o que interessa


A mudança no comando da Secretaria Municipal de Saúde de Itabuna, ressalvada a boa intenção do prefeito Nilton Azevedo em buscar dar um novo dinamismo a um setor caótico, é mais ou menos a historinha do sujeito que pega a mulher com o amante no sofá e, para acabar com aquela situação, digamos, incômoda, atira o sofá pela janela.

O fato é que o problema da saúde pública em Itabuna não está necessariamente no secretário que saiu, com a dignidade e altivez que lhes são características, nem haverá varinha de condão que faça com que o secretário que entra, cuja competência ou não só poderá ser avaliada com o tempo, reverta essa questão do dia para a noite.

A saúde é uma das áreas mais complexas de qualquer administração, seja ela municipal, estadual ou federal. Quando a essa complexidade somam-se uma pitada de gestão ineficiente, aplicação incorreta dos recursos a apadrinhamento político no preenchimento de cargos que deveriam ser ocupados por técnicos, a situação degringola de vez.

O problema da saúde pública em Itabuna é estrutural, começa pela base, nas unidades de saúde, onde faltam de médicos e medicamentos, passa pelas clínicas onde a espera por uma consulta pode levar semanas (quando não meses) e termina no Hospital de Base, em que falta tudo e o número de mortes de pacientes está muito acima do tolerável.

O Hospital de Base, caótico sob todos os aspectos, é um exemplo desse modelo equivocado de gerir a saúde pública. Embora municipal, atende (ou deveria atender) pacientes de mais de 100 cidades do Sul e Sudoeste do Estado.

A Prefeitura de Itabuna já deu inequívocas demonstrações de que não tem condições de gerir o hospital, mas apesar das repetidas manifestações de compromisso do Governo da Bahia em assumir a gestão, o que garantiria uma injeção substancial de recursos e a adoção de um modelo que vem dando certo em Ilhéus, Santo Antonio de Jesus, Juazeiro e outras cidades, o chefe do executivo faz ouvidos moucos à proposta.

Houvesse um mínimo de racionalidade, não seria o caso do município passar a gestão do Hospital de Base para o Estado, focando os recursos que já são escassos nas unidades de saúde, nas clínicas especializadas e em programas de prevenção da dengue e outras doenças?

É importante ressaltar aqui que quando se fala de saúde pública, está se abordando uma questão que envolve vidas, muitas vidas, e não de política, no sentido mesquinho da palavra.

E, muito menos, ainda que metaforicamente, de sofás...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A MÍDIA PISTOLEIRA NÃO PERDOA, ATIRA


Vá lá que a concessão de passaporte diplomático aos dois filhos de Lula seja noticia, mas daí a virar manchete de capa da Folha de São Paulo, com a providencial repercussão no Jornal Nacional, ´também é demais também´.

E qual o problema de Lula e sua família descansarem numa base da Marinha, a ponto desse fato ser tratado como uma espécie de mordomia nababesca?

O fato é que a mídia pistoleira não consegue curar o ódio contra o ex-operário que, a despeito de todo o massacre sofrido ao longo de seus oito anos de mandato ousou se tornar o melhor e mais querido de todos os presidentes brasileiros e que ainda teve o desplante de eleger sua sucessora.

A mídia pistoleira não aprende as lições de 2002, 2006 e 2010, quando levou uma surra desse povo que ela se imagina capaz de manipular e influenciar.

Não é por acaso que na última década o Jornal Nacional, outrora soberano na audiência, perdeu um em cada cinco telespectadores, que migraram para as tevês por assinatura ou para emissoras que fazem um jornalismo mais isento, com a Record, Bandeirantes e Rede TV.

E que a Veja, Folha, Estadão e o Globo só fazem perder leitores para veículos regionais e mídias como a internet, além de jogarem no lixo o que ainda lhes resta de credibilidade.

A mídia pistoleira, cega de ressentimento e preconceito, atira mesmo é no próprio pé.

DUPLICAÇÃO JÁ!


A técnica de enfermagem Cláudia da Silva Borges, de 32 anos, que trabalhava na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, é a mais nova vítima dessa máquina de matar em que se transformaram as rodovias brasileiras.

É, igualmente, vítima de uma rodovia, a Ilhéus-Itabuna, que há muito ultrapassou sua capacidade de absorver um tráfego intenso entre as duas principais cidades sulbaianas.

Cláudia acabara de fazer compras num supermercado às margens da rodovia e voltava de Itabuna de moto, quando colidiu com um caminhão tanque. O impacto do choque foi tão forte que a frente do caminhão ficou danificada.

A técnica de enfermagem morreu antes de receber qualquer tipo de socorro e sua amiga, Maria Cristina Alves, de 32 anos, que viajava como carona na moto, sofreu fraturas no fêmur e na bacia.
A morte de Cláudia, bem como os inúmeros acidentes registrados na Ilhéus-Itabuna durante as festas de Ano Novo, chamam a atenção para a necessidade de duplicação da rodovia, uma reivindicação de mais de duas décadas e que só agora deve sair do campo vago das promessas.

É óbvio que não se pode atribuir os inúmeros acidentes da rodovia Ilhéus-Itabuna ao fato de ter uma única pista com mão dupla. Há o inquestionável fator imprudência, que pode ser notado ao longo da rodovia, em ultrapassagens irresponsáveis, excesso de velocidade, etc.

Mas é inegável que uma pista duplicada é muito mais segura, o que em absoluto prescinde de uma fiscalização, hoje inexistente, que puna com rigor os maus motoristas.

E a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna se torna ainda mais premente na medida em que nos próximos anos o Sul da Bahia ganhará equipamentos importantes como o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste e a Zona de Processamento de Exportações, ampliando consideravelmente o volume de tráfego.

O governador Jaques Wagner já se comprometeu publicamente com a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna e os recursos para a obra estão disponíveis no Plano de Aceleração do Crescimento.

A seu favor, ressalte-se que Wagner não é do tipo de político que promete o que não pode entregar, nem um vendedor de ilusões.

A duplicação efetivamente sairá.

O que se precisa é que sejam superados os entraves burocráticos, agilizados os processos legais (incluindo o imbróglio ambiental, essa quase paranóia) e que, finalmente, as máquinas comecem a transformar projeto em realidade.

Em nome de tantas vidas que podem ser poupadas, duplicação já!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

VÁ, RONALDINHO, VÁ...




Ronaldinho Gaúcho vai para o Grêmio.

Ronaldinho Gaúcho vai para o Palmeiras.

Ronaldinho Gaúcho vai para o Flamengo.

Ronaldinho Gaúcho vai para o Corinthians.

Como ninguém mais agüenta essa novela, façamos coro:

Vá pra PQP Ronaldinho!!!!

CITY ANTI-TOUR


É inacreditável como, entra ano, sai ano, cidades do litoral Sul da Bahia, com algumas das praias mais belas do Brasil, não se preparam para receber os turistas que vem de todas as partes do país e do exterior.

Ilhéus, com potencial para se tornar um dos principais destinos turísticos do Nordeste, é um exemplo dessa incapacidade de transformar história, cultura e belezas naturais em atividades que gerem emprego e renda em larga escala.

Ao transito caótico e à coleta de lixo e o abastecimento de água deficientes, somam-se a exploração dos turistas nas barracas de praia e até a falta de alguns produtos em mercados e padarias. Neste último caso, é o medo de perder que impede o comerciante de ganhar mais.

E ainda há os que acreditam que por conta do turismo, Ilhéus e região podem abrir mão de empreendimentos como o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste.

Não houvesse aí um misto de ingenuidade, desconhecimento, má fé e interesse escuso, dir-se-ia que acreditam também em Papai Noel, coelhinho da páscoa, mula sem cabeça e cegonha.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PRIMEIRO DA FILA


Jaques Wagner, que já demonstrou prestígio ao promover na Bahia a ultima atividade oficial do presidente Lula fora de Brasília, com a inauguração de casas populares do programa Minha Casa Minha Vida; foi o primeiro governador a se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

O encontro aconteceu ontem (3) e Wagner conversou com Dilma sobre os projetos prioritários para a Bahia, como a construção do Porto Sul e a Ferrovia da Integração Oeste Leste. “Achei a presidenta Dilma muito tranquila, sorridente e segura de si. Quis saber da Bahia e dos projetos prioritários. Temos muita afinidade”, destacou o governador baiano. “Vou bater em todas as portas em busca de apoio e recursos para viabilizar os projetos para Bahia”,garantiu.

ALGEMAS, PICADEIRO, CAMISA DE FORÇA




Se não forem serenados os ânimos nas próximas horas, Itabuna corre o risco de ter um secretário “Viúva Porcina”, o que foi sem nunca ter sido.

Tem horas em que é caso de polícia, tem horas em que é circo e tem horas em que é hospício.

E tem horas em que é tudo isso junto e misturado.

LULA


Nunca antes na história desse país um presidente que deixou o cargo foi merecedor de tanta (ou mais) atenção do que a presidente que estava assumindo.

Pois foi justamente o que aconteceu nessa já histórica cerimônia de posse em que Luiz Inácio Lula da Silva passou a faixa para Dilma Rousseff.

Dilma, a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do Brasil, foi o centro da programação oficial, que incluiu a posse no Congresso Nacional e um desfile em carro aberto, na trégua dada pelo temporal, até o Palácio do Planalto, onde Lula a aguardava para, simbolicamente, entregar-lhe as chaves desse complexo país chamado Brasil.

Fora do mundo oficial, da rigidez do cerimonial, Lula reinou soberano, nos acenos para a multidão, nos aplausos e, faixa colocada no peito de Dilma, na descida da rampa do Palácio do Planalto para, literalmente, mergulhar nos braços do povo.

Encerravam-se ali os oito anos de mandato do mais querido de todos os presidentes brasileiros, o ex-metalúrgico e ex-líder sindical, que a despeito do preconceito de uma elite conservadora, fez o que efetivamente se esperava dele: trabalhar para melhorar a vida do povo, tirar milhões de pessoas da pobreza e fazer com que o orgulho de ser brasileiro não fosse apenas um slogan disparatado.

Reforçava-se, naquele imenso abraço coletivo, o mito que transcende ao cargo que ele tanto honrou.

O Brasil de Lula e de milhões de brasileiros que se enxergam nele, como exemplo de obstinação e superação, é indiscutivelmente um país melhor e menos desigual, a despeito de tantas carências e tanto ter a avançar para que atinja o patamar de nação desenvolvida.

Já não é mais o país do futuro distante, mas o país ao alcance das mãos.

Lula, ex-presidente, volta a ser um simples mortal.

Não, embora sem a liturgia do cargo, jamais será um simples mortal, imortal que é no coração da maioria dos brasileiros.

Dispensado o título de presidente, voltará a ser o Lula, que ele jamais deixou de ser, na simplicidade e na capacidade de falar a linguagem popular, de entender os anseios desse povo do qual ele brotou das entranhas.

Mais do que o Lula mito, o Lula filho do Brasil.

domingo, 2 de janeiro de 2011

A MÚSICA (?) BAIANA VAI PARAR NA JUSTIÇA TRABALHISTA



Estava eu curtindo a virada de ano no paraíso que é a Península de Maraú, quando resolvi comprar umas latinhas de cerveja num mercadinho de Saquaira.

Ao passar em frente a um bar, tive mais uma vez a confirmação de que a musica baiana, que já nos deu João Gilberto, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Gilberto Gil e hoje nos brinda com Psirico, Parangolé e É o Tchan (sim, eles estão vivos!) é imbatível no quesito baixaria.

Quem acha que a tal “mainha, eu tô com um pepino, meu pepino é muito grande, você tem que resolver” (hit edipiano do momento) era o fundo do poço, ainda não ouviu o que eu ouvi. Mas vai ouvir, porque o lixo se alastra mais do que o mosquito da dengue...

Trata-se de uma música (?) em que a letra (?) diz mais ou menos o seguinte:

A moça trabalhava numa loja chamada B... (digamos que era uma loja de bolsas, para que se chegue mais facilmente ao nome em questão), sem carteira assinada. Quando perdeu o emprego e foi reclamar os direitos trabalhistas, o patrão fez graça:

-Mostre a sua moral, bote a B... no pau.
A rima já é medonha, mas tem mais. O refrão da música, repetido à exaustão, é

-Bote a B... no pau, bote a B... no pau, bote a B...no pau...

Enfim, o axé, o arrocha e seus derivativos são coisa de quem tem dois neurônios, sendo que um está permanentemente de férias e outro se encontra em sono profundo.

Em tempo: caso a moça resolva mesmo botar a B... no pau, do jeito que alguns juízes do trabalho produzem aquilo com que os bebês alimentam a indústria de fraldas descartáveis, vai acabar é tomando...

Melhor parar por aqui, antes que saia inspiração involuntária para outra música do gênero.